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Encomenda*

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Decidiu não ir trabalhar e, já pela manhã, foi chorar a dor de corno na venda. Seu carango velhinho, mas bem cuidado, o levou. Afinal, era uma ocasião especial. No final da tarde, quando deveria sair para pegar o turno da noite, perdeu a hora à espera dos biscoitos que a esposa do Seu Sebastiano tão efusivamente insistiu em fritar na hora. Ela gosta de receber bem os visitantes.

Reza a lenda que usar o guizo da cobra certa, depois de abençoado, no bolso direito da calça traz fartura de mulher. E de disposição para dar conta de todas. Sem pilulazinha azul, que não é coisa de macho.

Depois de ouvir que o imprecado “mocô” veio do estrangeiro, benzido por um pagé-paxá-pai-de-mãe-de-santo-virgem e que fazia milagres, resolveu deixar seu possante em troca do imprescindível.

Enquanto Seu Sebastiano foi dar umas voltas nas redondezas para testar o carro, ele se atracou com Dona Desumira, na cozinha, sentido-se mais poderoso que a chama que fazia o óleo quente estalar. Funciona mesmo, pensou ele.

Depois de uma longa caminhada de volta para casa e várias paradas no caminho, como que por milagre ainda conseguiu se lembrar da recomendação: Ao chegar em casa, depois de uma bimbada, vá direto à porta dos fundos. E não entre com a roupa que traz histórias. Dispa-se no quintal, deixe a roupa no tanque e só entre em casa se estiver completamente nu. Com o guizo na mão e mais nada.

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*o título foi um presente! [a você, obrigada!]

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Poucas pessoas

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Li este post da Cassiana e, na hora, senti como se ela pudesse estar falando de mim. Daí, fiz algumas mudanças para que eu mesma me revelasse. Sem máscaras. Sem falsas pretensões. Bem crua. Bem exposta. Para os que sabem, claro. Com todos os sentidos, como ela publica e eu gosto tanto.

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eu queria ser mais “durona”. queria mesmo. daquelas que aguentam firme e não arredam o pé. só que eu não consigo e sou um tipinho que entrega o coração bem rápido, de pronto. eu não demoro pra ser sua, a fase do jogo eu pulo, meu mergulho é cego. aquela loucura. e como eu queria me controlar. e queria que esse auto controle não fosse só pose. então, como eu sei que sempre acaba sendo tarde demais pra eu tentar buscar em mim essa força porque quando eu me dou conta eu já tô sempre com o interior descoberto… então eu vou lá e me faço destrutiva. é, eu pego aquilo que eu dou de graça e de forma limpa e sincera e destruo. porque se eu não consigo evitar te dar então eu te dou toma que é teu, mas vai aos pedaços. e não vai numa bandeja. vai numa caixa. toda fechada. sem chave, sem fechadura, sem qualquer abertura. para que você nunca saiba o que te dei. nem que estava despedaçado.

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Prometi e publiquei. Uma homenagem a você que passou a fazer parte da minha vida. Com um beijo.

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(…)

Mas isso acontece. E passa.

Assim que passar, eu volto.

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Albanácia

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Mesa de canto. A dicróica ressaltava as mãos suadas e agitadas e o brilho do esmalte vermelho vibrante. Ele tinha certeza que elas dançavam, pra ele, num ritual convidativo.

Ele preferia essas. Bem como a carne mal passada, o animal gritando, o sangue escorrendo aos poucos e colorindo o arroz.

Quando, finalmente, pousaram tranquilas sobre a mesa, ele a espetou. Segurou o garfo com força e começou a cortá-la, com a faca de serrinha meio cega mesmo, porque comer com as mãos não seria educado.

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Mar_de_eme

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Conversas na cozinha, regadas a um bom vinho.

No final do dia, só nós dois. No nosso cantinho do sofá, aconhegados, olhando a paz que nos invade pela parede rasgada.

Entre aquarelas, arco-iris e dias nublados, por vezes, nossos papéis se confundem. Menos hoje. Hoje, sabemos. Hoje, somos, apenas.

Você foi. Mas sua presença continua. Seu cheiro. E, como me disse, sua vontade também ficou. Não vou guardá-la. Deixo-a ir. De volta.

Essa vista me traz você. Não consigo evitar. Não quero evitar. A música. A subida. A nossa receita. Não só hoje.

É mais que uma lembrança: você voltou. Pela janela, perde-se nesse Mar_de_eMe, sorri com os olhos brilhando e me chama.

Só Hoje – Jota Quest

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Presente

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Essa semana recebi muito carinho… em cada comentário, em cada email, em cada sms, em cada abraço, em cada ligação… todos reais e muito aconchegantes! Agradeci cada um individualmente e hoje queria apenas reiterar meu contentamento e minha gratidão.

Minha amiga Ana, como sempre, conseguiu retratar bem o que temos. O laço que nos une. E, com a autorização dela, publico aqui o meu presente!

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‘Presente’ por Ana Marques

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Quero te dar um presente.

Meu presente é o nosso laço [que nem precisava ser tão vermelho].

Ele é fincado na terra, sem ser jardim.
É feito de ar, venta ao nosso redor e não nos derruba.
Água que flui, sem nos afogar.
E o fogo que há nele, que faz seu vermelho brilhar, é da própria existência do laço, que se faz intenso porque intensas somos nós.

E de palavras fomos feitas, de sentimentos nos revestimos, bebemos tequila com poesia e tudo sem nos termos visto. E ainda assim quis para ti um presente…

o criei à tua imagem e à minha semelhança.
Podes compreendê-lo sem me ver?

Para: A Menina Misteriosa, que hoje completa 1 ano de blog. Parabéns.

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Fiquei encantada e emocionada com a homenagem, Ana! Muito obrigada!

E, em especial, agradeço também as lindas menções da Ju e da Sandra!

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1 ano!

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Tentei escrever um texto para publicar hoje, dia em que o blog faz um ano, mas desisti. Estava meloso, faltava só começar com ‘meu querido diário’. Eu amo confissões… mas essa, em particular, ninguém teria paciência de ler. Nem eu.

O fato desse blog despretensioso já ter um ano e de, através dele, eu ter feito tantos amigos me deixou emotiva. Mais do que já sou. Tá, eu sei que é bobeira. Não reparem, faz parte do inferno astral. O do blog misturado ao meu.

Só tenho motivos para comemorar e agradecer… a cada um que lê, incentiva, critica, comenta ou não. A cada um que passa por aqui… Muito obrigada!

A todos que, hoje, fazem parte da minha vida ‘in’ ou ‘off’ blog tento dizer sempre o quanto são essenciais, queridos e o bem que me fazem. E não é suficiente. Então, quero falar mais uma vez o que representam pra mim, mas quero fazer isso individualmente… e, quem sabe, até pessoalmente…

…e o que eu não conseguir dizer, só um abraço poderá expressar…

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Essa música, que eu amo, é para vocês!

That’s What Friends Are For – Dionne Warwick

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Tão nosso

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Alguns momentos são tão ansiados que dão até medo. De que percam a especialidade, quando acontecerem. De que o sonho, ao tornar-se realidade, perca o encanto.

Mas eis que a hora chega. Mãos suadas, coração acelerado, leve tremedeira… daquela que sentimos por dentro, sem sentir frio. Na verdade, o que invade é um calor que vai subindo, subindo… bochechas carmins, sinto-me corada, quente. Denúncia em todos os sentidos. Tento disfarçar, com minha cara bravinha. Mas é em vão. Bato o pezinho, agitada. Mordisco os lábios.

Com o tempo, conversa, música… a tensão vai embora… o corpo só não se acalma porque o nervosismo dá lugar ao desejo. E esse também queima. É como um sopro que inflama a brasa.

E mesmo que nada aconteça como imaginado [aliás, expectativas deveriam ser engarrafadas] tudo será especial. Cada toque será verdadeiro. Cada troca tímida e cúmplice de olhares. Cada sorriso.

A magia e o romance não se quebram, tornam-se reais. E a vontade sai do papel. Toma forma, gosto. O cheiro fica, em nós, impregnado. E, junto com ele, agarrado a meu corpo, levo as lembranças. Só nossas.

Como descrever? Impossível, talvez. Ainda não inventaram palavras para algo tão… tão… tão nosso!

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Addicted To Love – Robert Palmer

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Cristais

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Surgiu a vontade de tirá-los dali, jogar as caixas fora. Deixá-los expostos.
Guardar para quê? Por que não sentir o toque aveludado nos lábios? Por que não saborear cada bebida, de forma diferente? Por que não?
Porque são frágeis; algumas pessoas não serão cuidadosas e eles se quebrarão, você os perderá; diziam.
Ao deixá-los encaixotados, se vive mais, melhor? Não. De que adianta, então, tê-los, ali, ao alcance das mãos e não poder usufruir?

Esse é o meu momento. É o nosso agora.

…e a pretensa vulnerabilidade dos sentimentos [retraídos] está, enfim, livre…

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e-trapèze

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Algo me atrai [em] [para] você.

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As palavras. Sozinhas, desconexas. Com o tempo, o contexto. O todo. Entretida, não percebi as entrelinhas. Começo errado? E isso importa? Aliás, o que importa?

Depois, as letras … ah … eu me deixo levar … mas, não! … o ponto não é esse! Não é um livro, uma música, apenas um desejo. Nada disso define. Nada explica. É mais!

Vontade diferente. [arrebatadora]
Há tanto bem-querer. Sem porquês, sem porquê. Simplesmente é e pronto. Aconteceu. Sem que você fizesse força para me agradar e sem que eu percebesse.
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Cumplicidade. Lealdade. É disso que gosto.

…………………………………………………………………………………..Tudo e nada, compartilhados.
………………………………………………………………………………………………………..Sem máscaras,
………………………………………………………………………………………………..sem meias verdades,
………………………………………………………………………………………………….sem meias palavras.
……………………………………………………………………………………………..Sem julgar. Sem culpas.

Quero te ouvir. Ver o seu lado machucado. Não, não vou te curar. Você não precisa. Quero que saiba da beleza que está aí. Sim, todos falam. Mas você, no fundo, não sabe.

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…………….Gosto do que não é visto. Gosto do certo, na hora errada. Do errado, na hora certa.

…………………………………Quero o ‘tudo errado’ e, mesmo assim, sentir que é certo.

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…………….Gosto das madrugadas, também de dia.
………………………………………………………………………………..Quero ser presença, na sua ausência.
…………………………………………………………………………………………….Quero ser o que não tem.
……………………………………………………………………………………………Quero dar o que não pede.
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Posso te proteger? Eu sei, eu sei que você não precisa. Mas tem algo… eu sinto! Perde o medo, perde? Quero te mostrar o cuidado, a atenção, o carinho; sem querer recompensa. Sem querer seu corpo em troca.

…………….Nem todo interesse é sensual, carnal, romântico ou platônico.

Não é por isso que te busco.

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Quero sua verdade rasgada. A que você esconde. A que não sabe que existe. Quero sua forma crua, nua, despudorada. E isso não significa que eu queira te ter.

Aqui, não cabe cama, nem amor ou desejo lascivos. Eles, agora, nesse caso, não importam.

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…………….Não quero entender. E isso, vindo de mim, é totalmente inusitado, acredite!

Quero ver, quero ir. Além.

…………….Vício? Não sei. Querer, eu quero. Mas não preciso. E não me engano: esse querer é meu.

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Ao escrever, misturei sentimentos e pessoas. Ou eles, sozinhos, quiseram entrar e eu deixei.
Comecei pensando em você… mas me perdi. E foi bom.
Sendo você quem é, vai entender.
Juntei sensações, apenas aqui. Fora, sei bem qual é de quem.

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Vitoriosa – Ivan Lins


… o Eagle que compramos juntos … [parte 2]

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… o Eagle que compramos juntos … [parte 1]

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[Sua carreira estava decolando. Mais um CD. Reconhecimentos. Contratos. Contatos.]

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– Gravei a nossa música.

– Eu sei! Está tocando nas rádios daqui! Parabéns!

– Já ouviu? Putz, queria te fazer uma surpresa…

– E fez! … não, não se preocupe… eu gostei!

– Vou ficar alguns dias por aí, tenho shows em cidades próximas… Posso me esconder lá na sua casa, passar uns dias contigo?

– Claro!

[nós dois, saudosos…]

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– Você ainda tem aquelas fotos da gente cantando, nos fundos da casa dos seus pais?

– Devo ter sim. Por quê?

– Você acreditava em mim, quando eu mesmo duvidava… tanta coisa boa surgiu ali… quero colocá-las no estúdio… faz uma cópia pra mim? E podemos cantar lá, de novo, como fazíamos?

– Sim, faço sim. Claro!

– Sinto saudades.

[Você queria comemorar, da nossa maneira.]

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– E as aulas? Não te ensinei nada, né?

– Ensinou sim. Só que não foi a tocar violão.

– Vamos retomar de onde paramos?

– […]

– … ah… mas, pelo menos, vamos no estúdio; mantive a casa, preservei o desenho… Ainda tem ‘aquele’ violão?

– Lógico! Você sabe…

– Ótimo! Quero te mostrar uma música nova que estou compondo. Falta seu toque… preciso de você… ‘daquele’ jeito… Topa?

[…]

– Só um pouquinho… deixa? […] Ok, nem tudo… […] Sim, prometo.

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[Foi quando você tocou sua música inédita, pra mim, no Eagle que compramos juntos… nosso ritual, vivo… as palavras ainda se completavam, naturalmente… a sintonia ainda pulsava, forte… mais uma vez, finalizamos a letra, juntos… e o desenho, você o refez, em miniatura… sentimentos vieram à tona… tudo o que vivemos retratado em suas… Não, minhas não… em nossas letras… por que não aceita que são nossas? … Sim, também sinto saudades.]

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………………………………………………………… ♪♫♪

“My gift is my song and this one’s for you
And you can tell everybody this is your song
It may be quite simple but now that it’s done
I hope you don’t mind
I hope you don’t mind that I put down in words

How wonderful life is now you’re in the world”

………………………………………………………… ♪♫♪

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[Nós sabemos. Isso me basta. Você não precisa me provar nada. Mas sinto vontade de gritar, de te dedicar… queria que soubesse… Mas eu sei. E gosto da nossa história, assim, só nossa. Combinado! Mas quero deixar esse projeto em suas mãos… cuida pra mim?]

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………………………Lembra-se daquela palheta? Sim. Não quero te provocar, nem confundir sua cabeça, juro… mas você precisa saber que ela, por ser sua, é meu amuleto. ……..Levo-a comigo em todo show…

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Your Song – Elton Jonh

… o Eagle que compramos juntos … [parte 1]

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Eu procurava um professor de violão. Morávamos perto, horários coincidiram. Em pouco tempo, 1 hora não era mais suficiente. Começamos a passar o dia inteiro juntos. No seu quarto, sem o mundo.

………………………Longas conversas, muita música, delírios…
…………………………………………………………………………………………………………. …possibilidades.

Amava ler seus rascunhos, suas ideias arranhadas. Nossos pensamentos soltos se encaixavam, sem esforço.

………………………………………………………………………………………………………………[num impulso,
…………………………………………………………………………………………………..enquanto eu brincava com suas palavras,
…………………………………………………………………………………………………………………………….você começou o desenho;
…………………………………………………………………………………………………………………………………..ali mesmo, na parede]

Eu relia suas anotações e completava com algo meu. Você sabia. Eu sentia. Nos olhávamos e a inspiração simplesmente surgia. Eu sabia. Você sentia.

Dividíamos tudo. Sem meias palavras, sem máscaras.

……………………………..Éramos o combustível um do outro. Você, meu professor. Eu, sua musa.

[nossos olhares, cúmplices, sorriam]

Por pouco, eu não larguei tudo e fui viver esse sonho contigo. Mas ele era seu, só seu. O meu era diferente. E nos separamos. Fisicamente, apenas. Por muito tempo, o contato persistiu, constante.

[continuamos, juntos]

Um dia, sem explicação, a intensidade foi diminuindo. Os dois precisavam disso, para seguir em frente…

[…]

…alguns anos depois, ouço nossa música no rádio. E me emociono. Eu ainda sabia a letra, de cor.

[…]

…hoje, meu celular tocou e era você…

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[continua]

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Entre ‘singulares’, plural

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Por você, a cama ficaria desarrumada o dia todo. Eu fazia menção de levantar, você não deixava. Lá fora, cores mudavam. Aqui, a dos teus olhos, do teu cabelo, da tua pele, da tua boca. Cor com sabor, com cheiro.

[gosto das nossas cores misturadas]

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…..Confissões ásperas. Lábios macios. Todos os sentidos, sedentos.
…….Sensualidade carmim criada na preguiça dos corpos, quentes.
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Contava segredos, sonhos, devaneios… logo depois, atônita, sem graça eu tentava desviar o olhar. Você me puxava, me pegava, me trazia de volta. Queria que eu te dissesse cada desejo, assim, olhando nos seus olhos. Quer? Eu corava. Você me beijava.

…..Você embarca nas minhas loucuras e eu, nas suas; experimentamos sabores, texturas…

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…..Boca seca, respiração compassada, a busca… a busca…
………..[fiquei com água na boca, ao imaginar]
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………………………………………[sempre fugi da vulnerabilidade mas, com você, gosto de estar assim… exposta, inteira… nua… sua…]

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Entre malícias, curiosidade. Entre olhares, cumplicidade. Entre medos, confiança.
Entre nós, só eu e você.
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Deixa? Eu mordiscava os lábios e fazia um sinal com a cabeça, dizendo que sim. A mistura de hesitação, receio, coragem e vontade nos inflamava. Nesse nosso mundo, podíamos, podemos, nos permitimos… tudo.

[prefiro os pecados que criamos, juntos]

Com a ponta dos dedos, começava a desvendar meu corpo. Toque aveludado. Arrepios. Meus olhos te fitavam sorrindo; você sabia. E explorava, cada canto, cada cicatriz, cada curva.

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…..Você conduzia e eu deixava. Mais. Eu gostava. Mais. Eu queria. Mais. Eu quero.

Agora?

[… e isso… hum… dá saudade daquilo…]

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Entre turbilhões, recortes rendados

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Novidade … Entusiasmo … Envolvimento … Conquista … Fantasias. Entre emails, timelines, perguntas, DMs, comentários, textos, menções, alfinetadas e homenagens… expectativas, desejos, recados, provocações.

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…………….. Gula ………….. Inveja …………………………………………. Obsessão

……………………………………………………………Curiosidade?

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Qual a medida?

Falta bom senso, amor próprio. Limites são ultrapassados por pessoas, talvez, cansadas do marasmo da própria vida; ou que, talvez, gostem da ILUSÃO de viver a do outro.

Por quê? Pra quê?

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……………………………………………………..Elos……………………………Ciclos……………………………………………………………… Coincidências…

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malditos elos

BENDITOS ELOS

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Nesse emaranhado de vontades, eu me fechei. Ouvi. Aconselhei. Preocupei-me com os outros. Preservei.

Informações desconexas completavam-se, aqui. Tudo se acumulava, dentro de mim. Ouvia sussurros, gritos, suspiros. Dos dois, três ou quatro lados. Quem equilibraria o quadrado? Ele estava a girar, com as hastes em chamas. As interseções aumentavam… Oito, Nove… mais pontas surgiam na geometria já desfigurada. Ligações. Mensagens. O infinito não seria particular.

Alguns se aproximavam por empatia. Outros por interesse. Um ato de confiar era sincero. O outro uma armadilha. Entre segredos, caixas, janelas, cidades e gavetas; gostos, texturas e sabores se perderam. Eu me perdi. Cópias fajutas. Frases feitas. Insegurança. Descobertas. Enlouqueci.

Reações adversas. Contestações. Julgamentos. [Como me explicar sem expor o outro?]

Um movimento, um corte. Mais uma cicatriz . Eu, que sempre me orgulhei de ser uma colcha retalhos senti, pela primeira vez, que estava mal costurada.

As arestas proeminentes esgarçavam minha pele.

Deitada sobre os cacos, sangrei.

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…………..Gritei.

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………………………………..Cansei.

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Parei de fugir, cedi aos impulsos. Aos meus impulsos.

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Se novos elos surgirão ou se haverá [re]construção, eu não sei dizer.

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Para alguns falta coragem, falta realidade, falta vida.  Deles sinto dó.

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Eu me reinvento. Entrego-me. Inteira.

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Últimas coisas

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Foi estranho. O fim estava superado. Brigas, desejos, recaídas, dúvidas eram coisa do passado. E ele era distante. Minha vida, assim como a sua, tinha seguido em frente.

Não havia mais dor. Nem rancor. Nem indiferença. Nem ódio. Nem saudade. Nem amor. Apenas carinho. Pelos momentos bons que vivemos. Por você ter sido importante na minha vida.  [sim, eu sei que isso é algo que nunca perderemos]

Naquele dia, você me ligou. Pediu para ir lá em casa. Queria conversar e pegar algumas coisas que, há tempos, estavam guardadas, te esperando.

Você chegou, entrou. Cordialmente, nos cumprimentamos. Interesse de um pelo bem estar do outro. Assuntos soltos. Amenidades.

Fotos. Cds. Vídeos. Cartas. Histórias. Os dois sentiram. Foi difícil remexer, relembrar, reviver, rever tudo aquilo.

Arrependimento? Não. Vontade de voltar? Não. Mas algo pulsava, gritava, rasgava.

Vi que, quando disse que precisava ir, seus olhos estavam cheios d’água. Não sei de onde tirei forças. As que tinha, passei para você. Você pediu, pela última vez, colo e eu te dei. No meu abraço, nosso último ‘aconchego’. Ficamos, ali, em silêncio, não sei por quanto tempo.

Contive as lágrimas. Eu precisava, naquela hora, estar ali, firme, para você. Como fiz quando te disse que havia acabado.

Você relutou. Eu decidi. Sabíamos que era o melhor a fazer. Mas fui eu quem teve que tomar a atitude.

Você saiu. Eu fiquei.

E, ao ver as caixas reviradas, não consegui mais me conter. Chorei. Doeu.

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‘Não importa quem esteja na minha vida ou venha, um dia, dela fazer parte. O que tivemos não desaparece. Ficou gravado, grudado em mim. É a lembrança mais doce que tenho. É o que me faz seguir, acreditar e ter esperanças. Contigo aprendi a ser uma pessoa melhor. Você me ensinou a cuidar, a cultivar e celebrar o amor. Conte comigo, em qualquer fase da sua vida. Você sempre será a minha Linda…’

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Para mim também não foi fácil. Mas eu não podia deixar transparecer. Obrigada, por tudo. E, da mesma forma, estarei, sempre aqui, para você.

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[esse texto estava guardado, nos rascunhos. hoje, resolvi publicá-lo. você sabe porquê. e só você entende o motivo de ele ser minha homenagem à você. é todo teu.]

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Páscoa

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Domingo de Páscoa, ainda é madrugada. O celular tocando me assusta. Olho o visor, mas não acredito no que vejo. Deve ser sonho. Volto a dormir. O toque recomeça. Insiste. E o número não mente, é você.

Atendo, meio sonolenta.

– Te acordei?

– Urum… mas não tem problema. Tudo bem?

– Sim, tudo. Queria saber se você volta hoje, para o almoço de páscoa com seus pais…

– Sim. Volto sim.

– Posso ir com você?

– […]

– Estou com saudades desses almoços… deles também… e quero ficar mais perto… tivemos tão pouco tempo…

– Tem certeza? Mas e os seus pais? Você veio para ficar com eles, e …

– Eles entenderam… inclusive, me incentivaram a ir contigo… Há muitos anos, não passamos um domingo, assim, como fazíamos… e a viagem juntos… já pensou? Não sente falta?

– […]

– E, então, topa? Vai, liga pra sua mãe… tenho certeza que ela deixa…

– Mas…

– Eu prometo. Como bons amigos. E só.

[…]

– Mãe?

[…]

E assim, passamos um domingo delicioso juntos. Como há tempos não fazíamos. Lembranças. Risadas. Histórias [velhas e novas].

Na viagem, a surpresa do CD. Você o guardou. E as músicas que eu julgava perdidas, pelo caminho, ainda estavam, em mim, grudadas.

Nossa tradicional parada. Cheiros. Sabores.

Recomeço. Como eu nunca imaginava que aconteceria… ou que seria possível… Confessei a você que gostei, mas que minha cabeça estava longe. Você entendeu e respeitou. E, como sempre, nos divertimos juntos! [como só eu e você sabemos fazer…]

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::: A conversa sobre ovelhas, carneiros, cordeiros e bodes não vai virar post… mas não vamos mais esquecer… E, como prometi, não corri [muito] na volta; respeitando meus limites, os do vinho e os da chuva… :::

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Trapped?

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Sometimes I try, and I try, and I try… so hard … and for what?

…in some cases, I just wish I could believe…

…in others, I just wish I could be wrong…

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I’m confused!

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“…O acaso vai me proteger, enquanto eu andar distraída…”

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Quase. E eu te disse. Não adianta negar, você sabia.

Só naquele dia, mesmo não acreditando, deixei você se aproximar. Apenas naquele momento. Tudo estava propício.

Parecia um sonho.

Até que você fez mais uma das suas. Para me lembrar que, da flor, você é o espinho. E fere. Por desatenção. Pela gula. Pela compulsão.

Recebi o aviso. Entendi a mensagem. Saí do transe. Sim, foi por um triz. Mas eu acordei a tempo.

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* Titãs – Composição: Sérgio Britto

Lui, sourire

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Lembrei de você.

Não sei por quê. Sem motivos, talvez. Sua imagem me veio à cabeça. Nítida. Como um filme, revi alguns momentos. Senti sua presença.

Foi o sorrir que nos uniu. [soupirs]

Cumplicidade. Compartilhamos, aprendemos, nos ajudamos. Nos amamos. Diversão. E, sim, aventura. Como prometi, não me esqueço. Você me fez feliz. Faz até hoje, mesmo sem estar presente. De alguma forma, estamos, juntos, sorrindo de novo…

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“Anda. Enquanto o dia acorda a gente ama
Tô pronto prá te ouvir aqui na cama

Te espero, ‘vamo’ rir de todo mundo
Nesse quarto tão profundo

Pára. Repara, tente ver a tua cara
Contemple esse momento é coisa rara
Uma emoção assim só se compara
A tudo que nós já passamos juntos…”

(Palavras de um Futuro Bom – Jota Quest)

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Top 5 – o que gosto em um homem

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#1 – Inteligência

#2 – Bom Humor

#3 – Caráter (o que não exclui a cara de safado)

#4 – Boa pegada

#5 – Sorriso

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[…] isso só pra começar! :)

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E você,  o que gosta em um homem ou em uma mulher?

Qual seu Top 5 ?


Basta um gesto

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Essa propaganda me emocionou. Com um sorriso, amabilidade e boa vontade podemos ajudar a construir um mundo melhor.

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[não é jabá, viu? minha intenção é ressaltar a mensagem inspiradora que o vídeo passa]

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E, dentro deste espírito de paz e leveza, queria que todos conhecessem o poder de uma VALIDATION… vamos lá no Céu comigo?

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Eu tive um sonho…

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Sou otimista. Por mais que o limite entre o sonho e a realidade seja, às vezes, ultrapassado, gosto de me sentir assim.  Procuro o melhor em cada pessoa, em cada ato, em cada notícia.

Ao ler os jornais ou ligar a TV fica difícil encontrar boas manchetes. Podemos ir do Céu ao Inferno em segundos. O que deveria subir, cai; e o que deveria cair, sobe. Parece uma constante Lei de Murphy. Mas vai além. Sangue. Violência. Catástrofes. Maus exemplos. Roubo. Indiferença. Ufa! Como conseguir ver além desta nuvem negra que paira sobre alguns lugares/pessoas?

Soprando-a para bem longe. Enfrentando a tempestade que vier. Saindo às ruas. Lutando.

Eu acredito. Confio. E isso me move.

Como vejo o mundo daqui a 10 anos? Não o vejo como um conto de fadas. Sim, sei que ainda haverá problemas, desafios… alguns, até piores. Mas, se eu não acreditar que algo de bom possa acontecer, estarei ‘entregando os pontos’, comprometendo meu futuro.

Sobre o futuro, eu tive um sonho… vou te contar aqui

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Ponto pra você; final pra mim

 

Já disse aqui algumas vezes que sou teimosa.

[Teimoso: aquele que é dado a teimar; obstinado; pertinaz. – Teimar: insistir, obstinar-se. – Pertinaz: persistente. – fonte: Dicionário Aurélio.]

Mas tudo tem um limite. Ou, pelo menos, deveria ter. Eu sei que tenho o meu. E, às vezes, insisto; mesmo sabendo que já estou além. Para ter certeza que fiz o melhor. Que tentei. Que não me entreguei diante da primeira dificuldade. Da segunda, da terceira… da décima.

Mas, até os mais cabeças-duras, um dia, cansam. Percebem que estão se debatendo em vão. Acham que estão lutando por ‘algo ou alguém’ quando, na verdade, estão sozinhos porque ‘algo ou alguém’ está remando em sentido contrário.

Até eu, que sou mais boba, sei disso. E, por mais que me entristeça, preciso reconhecer quando a hora chega. [Sim, eu fui até o fim…]

Poucos conseguem abalar minha esperança, minha fé. É como um terremoto. Algo se quebra. Mas sei que há muitas coisas e pessoas pelas quais vale apena lutar e, por elas, ainda acredito nas reticências…

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“…Não vim até aqui
Pra desistir agora
Entendo você
Se você quiser ir embora
Não vai ser a primeira vez
Nas últimas 24 horas
Mas eu não vim até aqui
Pra desistir agora

Minhas raízes estão no ar
Minha casa é qualquer lugar
Se depender de mim
Eu vou até o fim
Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento
Se depender de mim
Eu vou até o fim…”

Até o fim – Engenheiros do Hawaí


Bem alto…

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Descobri que existem várias formas de amor e aprendi a não compará-las. Não há medidas. Não há regras, nem padrões. O amor pode se manifestar ou aparecer nos lugares mais inusitados. Basta sentir e deixar que ele nos invada.

Minhas primas-irmãs e minhas amigas-irmãs estão, aos poucos, voltando de viagem… quanta alegria poder matar as saudades de cada uma, saber das histórias, compartilhar…;

Tem o amor na música… sim… ela tocou e eu sorri…;

Num reencontro… com um amigo que não via há muito tempo… recebi todo seu amor num abraço bem apertado;

Num convite inesperado para um almoço… delícia, adoro ser surpreendida… e surpreender também;

Em uma deliciosa ‘coincidência’ musical pelo msn;

Num “oi, quero saber como você está…” ou “se precisar, estou aqui…” – recebi tanto amor de minhas amigas que meu dia explodiu em cores;

Num arco-iris [sim, o nosso] construído entre muitas risadas;

Em ouvir… “só sei que não quero ficar longe de você”…;

No sábado, acordei com o telefone tocando. Eram meus pais, com saudades… pulei da cama e fui almoçar com eles…;

Ontem, recebi um beijo que me encheu de alegria… e o autor nem conseguia me alcançar direito, ainda é um tiquinho de gente;

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Hoje, acordei mais feliz porque, com cada um deles, aprendi a voar…

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… e lá no Céu, outra pessoa se lembrou de como é bom poder voar …

E é isso que eu quero em 2010: mais simplicidade, aproveitar os momentos e continuar voando…

[respondendo ao lindo post da U&E]

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